27/12/2009
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O problema do saneamento básico nas cidades da região é antigo. Data dos primórdios de suas colonizações. Porém, nunca esteve tão grave quanto agora, especialmente em Currais Novos.
A cidade cresceu muito nos últimos anos e os investimentos em saneamento básico e no tratamento das águas servidas vem causando sérios problemas, tanto de ordem social, com o aumento de problemas de saúde relacionados à falta de saneamento, como de ordem ambiental, com a poluição do principal reservatório de água, que abastece as cidades de Currais Novos e Acari, além de várias comunidades rurais.
E o reflexo dessa falta de investimentos nessas áreas, vem sendo sentido pela população do Seridó e também no principal reservatório d’água da região, o açude Gargalheira. A poluição desse reservatório vem sendo objeto de pesquisas científicas, realizadas pelos Departamentos de Química, Física e Biologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, desde o ano de 2000.
E já naquela época, apontava grande concentração de nutrientes que podem qualificar o comprometimento da água, mostrando também o acúmulo de clorifomes fecais e sianobacterias (microorganismo proveniente de excesso de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo e que podem ser identificadas a olho nu, como aquele “verdão” grosso na água), que podem causar vários tipos de câncer, mal de Alzheimer, hepatite e outras doenças.
Felizmente em 2008 e 2009 as boas chuvas que caíram na região no período do inverno, fizeram com que o Gargalheira transbordasse por vários dias, efetuando-se a “troca” da água acumulada naquele reservatório. Porém, segundo especialistas, nem por isso a população pode continuar tolerando o que a CAERN vem fazendo nesses dois municípios: despejando as águas servidas, tanto de Currais Novos, como de Acari, diretamente na barragem sem o menor tratamento.
O problema começa em Currais Novos. Lá, todo o esgoto do município é despejado ‘in natura’ diretamente no leito do Rio São Bento, um dos principais rios da região, que deságua no Gargalheira.
Por Mazilton Galvão
Foto: Mazilton Galvão