14/10/2017
Nenhum comentário
Já não há dúvida de que a economia brasileira está em recuperação, embora ainda longe de alcançar os níveis de atividade anteriores à intensa recessão iniciada no segundo trimestre de 2014. Com inflação baixa e juros descendentes estimulando o consumo, o espaço para a ocupação da vasta capacidade ociosa está, pelo menos em teoria, desobstruído.
O crescimento mais firme e espalhado da economia global, impulsionando exportações e injetando recursos externos, reforça o quadro positivo que agora se apresenta.
É nesse ambiente de distensão econômica que proliferam interpretações de que a economia descolou da política, visto que a política continua projetando incertezas pelo menos até o desfecho das eleições daqui a um ano. Tais análises, infelizmente, podem estar desconsiderando efeitos em prazos menos imediatos.
Em resumo, a crise política pode não impedir que a economia saia do fundo do poço, mas contribui para dificultar que a retomada tenha tração e fôlego.
A “paz” política obtida por Temer, refletida na banalidade com que está sendo acompanhado o desenrolar da segunda denúncia da PGR contra o presidente, tem consumido quantidades relevantes tanto de capital político quanto físico, com o atendimento de reivindicações de parlamentares.