Natalense servidora do TRT-SP comete suicídio

Segundo informações da PM e do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal em São Paulo (Sintrajud), na manhã de ontem (13) a técnica judiciária Amanda Priscila Santos Costa, que é natural de Natal, teria pulado do oitavo andar onde fica a 62º Vara, unidade instalada no prédio do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, localizado na capital paulista.

A presidência do TRT-2 decretou luto oficial de três dias. Já o sindicato realiza hoje, às 10h, ato em memória da colega de trabalho e pede que os servidores participem do ato trajando preto. Além da homenagem à servidora falecida, o Sintrajud visa com o ato chamado de “Ato pela Vida” reforçar o luto por outros servidores do Judiciário Federal falecidos em situação semelhante: Edélcio Ribeiro e Érica Yamamoto.

 

8 respostas

  1. Reflexão.
    Os acontecimentos trágicos no decorrer deste um mês me fez refletir sobre a saúde no ambiente de trabalho. Não estou apontando que seja isso ou aquilo o responsável da tragédia ocorrida ontem no Fórum Ruy Barbosa, contudo, o valor a vida, a pressão nossa do dia a dia.
    Juízes, Servidores, Advogados, militantes do Direito, sofremos diariamente uma carga de pressão muito grande, mesmo com todo amor pela profissão, amor em servir o próximo, a busca no equilibrar a balança da Justiça e Direito, devemos sim, voltar nossos olhares para a qualidade de vida do ambiente de trabalho e afins.
    Uma gestão visando a qualidade e a saúde emocional deve ser implantada. Um colaborador satisfeito (feliz, alegre) rende( produz) muito mais.
    Emoções no ambiente de trabalho: Cultura da Organização.
    Cada empresa (Organização) possui uma maneira particular de lidar com as emoções no ambiente de trabalho. Identifique como isso funciona em seu escritório e siga essa cultura.
    É preferível que você saiba considerar o local onde trabalha e a hierarquia em que está posicionado para poder se comportar adequadamente.
    Além disso, você deve avaliar se seu perfil se encaixa com o da empresa, para que um conflito entre as duas não causa desconforto ou insatisfação no trabalho.
    O papel do Gestão também é cuidar da saúde dos seus!
    Vivemos numa sociedade em mudanças e num momento excitante para as organizações. A sociedade percebe que a Qualidade de Vida e a Saúde são ativos importantes, envolvendo dimensões física, intelectual, emocional, profissional, espiritual e social.
    Práticas inadequadas no ambiente de trabalho geram impacto negativo na saúde física e emocional dos empregados e na saúde financeira das empresas. Baixa motivação falta de atenção, diminuição de produtividade e alta rotatividade criam uma energia negativa que repercute na família, na sociedade e no sistema médico.

    (texto sugerido e adaptado)
    Renata Gomes de Oliveira.

  2. Há cinco anos fiz meu TCC “O assédio moral no serviço publico” – À época já sentia o quanto a pressão interna sofrida pelos servidores, horizontal ou verticalmente, favorecia aos resultados tristes, na pesquisa ficou evidenciado que a ultima fase da vítima do assédio, infelizmente, é a opção pela saída da cena do palco da vida, no entanto, nos 20 dias a perda de três colegas me deixa estarrecida, espero que essa recente estatística não passe despercebida por todos. Fraternos sentimentos aos familiares dos “amigos” que partiram….

  3. Sou funcionária do TJSP há 31 anos. Na época prestei o concurso para ajudar a se fazer Justiça de forma justa, pois não gostava das injustiças que eram cometidas a meus pais, trabalhadores analfabetos. Hoje estou afastada usufruindo em gozo dias de licença prêmio que tenho, mas, possivelmente emendarei até o pedido de minha aposentadoria, embora goste muito de meu trabalho. No ano passado fiquei afastada por 4 meses em licença saúde por problemas de “sindrome do Pânico”, doença que há muitos anos estava controlada e que, de repente, surgiu novamente de forma violenta e cruel. Quando estava no pico da crise, várias vezes pensei se era melhor continuar a viver daquela maneira. Cada vez que era necessário renovar o pedido da licença saúde a crise se agravava, pois havia a possibilidade da mesma não ser concedida, simplesmente passei por um tormento, que não desejo a ninguém. Depois disso ainda consegui terminar o curso de Direito, “à duras penas”, pois ao mesmo que os tribunais exigem a reciclagem de seus funcionários, não oferecem meios para que eles consigam fazê-lo. Atualmente até oferecem cursos, palestras, convênios com Universidades, cursos “on line”, mas não há funcionários suficientes para supri-los ou horários disponíveis para que realizem esses cursos e, portanto, os superiores hierárquicos, não proibem, mas também não autorizam. Há também atualmente, palestras para os gestores de funcionários entituladas “Qualidade de vida do servidor”, pois é, eles até frequentam, por obrigatoriedade dos tribunais, mas na hora de aplicá-las, acho que esquecem rapidamente o que lhes foi passado ou sentem-se pressionados com o “cumprimento das metas que lhe são impostas”, gerando um enorme contracenso, pois até eles ou acabam perdendo, e esta é a palavra certa “perdendo” seus cargos que tinham em confiança ou acabam também precisando de um psiquiatra e, algumas vezes, necessitando inclusive de internação. Algo precisa ser corrigido. Os dirigentes de Tribunais devem agir rapidamente, pois já é tarde para tentar corrigir velhos e conhecidos problemas. Outra saída é que a base do Poder Judiciário em todas as suas esferas tomem, em conjunto, atitudes urgente para que não ocorram .

  4. De fato colegas, como servidor do Judiciário Trabalhista concordo em gênero e número com seus pontos de vista. Sem dúvidas os fatores de estresse e adoecimento que podem levar alguém a cometer suicídio são muitos e de diferentes fontes, mas sem dúvida o fator trabalho tem uma parcela considerável, na medida em que passamos boa parte de nossas vidas nele e é nele que nos identificamos e nos projetamos perante a socieade. Como Diretor de Vara tenho verificado um acréscimo considerável de olhares tristes nos corredores que arrebatam advogados, juízes e servidores. Cada vez mais estamos submetidos às metas e produtividade sem um devido acompanhamento do capitqal humano que está por traz disso tudo.
    O filósofo Martin Heidgger já prenunciava na segunda metade do sec. XX que estamos vivendo a era da técnica e que tudo pode ser manipulado e chegaria o tempo em que os próprios seres também passariam a ser coisificados.
    É PRECISO REFLETIR A RESPEITO!

  5. Triste Notícia – Sou advogado atuante na área trabalhista. Ontem estive no Fórum Rui Barbosa e confesso que fiquei muito angustiado com o ocorrido e relato que o clima que paira no local está muito ‘pesado’! Isso é facilmente notado na face dos servidores e advogados. E para piorar, tomei conhecimento do comentário efetuado na página do face de uma Juíza daquele Tribunal. Não vou citar nome, mas com certeza o comentário não foi nenhum pouco ‘pertinente’ou humano. Fica o alerta para que a Presidente do Tribunal, Desembargadora de respeito, avalie a situação e interfira na medida de suas competências! ALGO TEM QUE SER FEITO!

  6. O comentário da Juíza não me provocou espanto, pois também trabalho no judiciário e sei como é ser tratado como um “nada” por esses, minoria, magistrados; Tribunal, olho neles, somos seres humanos e temos nossos limites!!!!

  7. “META-SE COM SUAS METAS”

    Não sabemos quem são. Não sabemos quantos são. Não sabemos como ocorre e em que intensidade. São muitas as dúvidas, mas há inegavelmente uma grande e triste certeza: Há prática de assédio moral na Justiça do Trabalho.
    São muitos os casos e decorrente dessa desenfreada cobrança por metas, quase sempre inatingíveis, metas que vêm sendo repassadas desde o CNJ, passando pelo TST e obviamente culminando com a verdadeira loucura de se viver mediante a tensão de se chegar a um patamar cuja estrutura inviabiliza que se logre, e tudo isto aliado às tendências que pontualmente se verificam nas personalidades de alguns despreparados gestores, muitas vezes escolhidos por critérios meramente técnicos quanto à preparação no tocante ao conhecimento jurídico, sem que se aperceba da capacidade de liderança, relação pessoal e habilidade em gerenciar crises, pois atuar como diretor de secretaria de varas do trabalho é hoje sim uma tarefa de administrar o caos, pois, como já frisado, existe uma enorme discrepância entre a estrutura das varas e regionais e o que é cobrado a título de metas e resultados, sem entrarmos na seara da nova política da administração midiática, na qual tenta se mostrar a todo instante que temos resultados, chegando ao ridículo de se criarem os fantasiosos “conciliômetros”, “executômetros” e outros ilusórios e desnecessários instrumentos que em nada contribuem com o real papel que deveria desempenhar o judiciário.
    Não precisamos justificar nossa existência com essas provas de resultados tampouco com dados que mostrem quão lucrativos nós somos, que o custo-benefício de um órgão do judiciário é vantajoso para o país. Existimos porque um Estado Democrático de Direito assim o exige e nosso custo é devido pela necessidade de figurarmos num rol de nações que respeitam a dignidade humana, a liberdade, o acesso à justiça, a ampla defesa, o devido processo legal, dentre outras garantias… Voltando ao nosso “pequeno mundo”, é em decorrência dessa desenfreada corrida, em busca de nada, que muitos diretores têm imprimido aos seus subordinados, estes cada vez mais subordinados, as tão famigeradas metas, estas quase sempre inatingíveis e a cobrança chega a extremos, como determinar que os prazos, já tão mal ajustados em 30 dias, pois quase sempre não são exequíveis, ainda surgem diretores que os diminuem até para 10 como imposição até mesmo sob a ameaça da perda da função comissionada, tão desvalorizada monetariamente mas tão utilizada como meio de manobra e de opressão principalmente para aqueles que já a incluíram em seu patrimônio e não podem perdê-la por trazer inegável prejuízo ao sustento de suas famílias. Triste condição de muitos de nossos colegas que se sujeitam a tantos abusos. Há casos de supressão do direito ao intervalo para almoço, tendo que ser compensado ao final do expediente, o que seria bem cabível aos servidores começarem a fazer suas refeições em suas salas e até mesmo no balcão de atendimento e sala de audiência dessas varas que impõem esse verdadeiro absurdo, mormente por acontecer dentro da Justiça do Trabalho, o que torna tudo então relatado muito mais sério e grave, sob pena de ser esta justiça especializada taxada de justiça hipócrita devido aos mais absurdos casos frequentemente relatados por inúmeros servidores nos mais diversos rincões, com práticas cada vez mais nefastas por parte de magistrados e diretores, estes que muitas vezes esquecem que estão tratando com colegas, quando não se trata de apadrinhados que adentram por meios nada ortodoxos, mas quase sempre tratam os colegas de forma verticalmente posicionada, tendo muitas vezes esses diretores vivido situações quando eram “simples servidores” em que com certeza não consideravam corretas as posturas dos seus então gestores.

  8. Muito triste!!! Continuem pressionando os trabalhadores do judiciários federal aliado aos problemas pessoais ocasionados pelos 10 anos sem reposição salarial, para ver o que acontece. Não foi o primeiro e não será o último…em Santa Catarina tbm já ocorreu! A tendência é se agravar mais e mais… e os sindicatos continuam pensando que luta de classe é apenas para aumento salarial e as adminitrações do judiciário continuam pensando no seu próprio bolso qdo na verdade poderiam evitar ao assédio e amenizar aos problemas pessoais em virtude da perda do poder aquisiivo de seus trabalhadores… Deixa eu assumir uma posição no sindicato pra ver se continuará assim… Quanto a menina: que Deus a proteja conforte sua família.

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