Papa faz apelo pela renovação da Igreja no 1º documento de seu pontificado

papa consumismoO GLOBO – O Papa Francisco divulgou nesta terça-feira um documento no qual delineia a missão de seu pontificado, detalhando como a Igreja Católica e o próprio papado devem ser reformados para criar uma instituição mais missionária e misericordiosa, com atenção especial aos pobres. O texto – uma espécie de programa do pontificado – é o primeiro grande trabalho que Francisco assina sozinho.

No documento de 84 páginas, conhecido como exortação apostólica, o Pontífice argentino faz um apelo pela renovação da Igreja Católica Romana e ataca o capitalismo irrestrito como “uma nova tirania”, instando líderes globais a combaterem a pobreza e a desigualdade. “A atividade missionária é ainda hoje o maior desafio para a Igreja e a causa missionária deve ser a primeira”, diz o documento. “É vital que hoje a Igreja anuncie o Evangelho a todos, em todos os lugares, o tempo todo, sem demora, e sem medo. Chegando até à humilhação, se necessário”.

Chamada de “Evangelii Gaudium” (A alegria do Evangelho), a exortação é apresentada em estilo de pregação simples e acolhedora, distinta dos escritos mais acadêmicos de antigos papas. Francisco afirma que a renovação da Igreja não pode ser adiada e que o Vaticano e sua hierarquia arraigada “também precisam de ouvir o apelo à conversão pastoral”.
A alegria – palavra do título – é vista em vários fragmentos, porque Francisco não quer evangelizadores com cara de “funeral”, “tristes, desanimados, impacientes ou ansiosos”, mas pessoas “cujas vidas irradiam o fervor de quem recebeu a alegria de Cristo”.

“A alegria do evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”, inicia a Exortação Apostólica.
O Papa pede uma Igreja com vocação missionária, não obcecada “à doutrina moral”. E que se concentre especialmente em sair ao encontro dos pobres, doentes e menos favorecidos. Ele também mostra seu desejo pela descentralização, que a instituição católica não tenha pretensões de obter o monopólio das soluções de problemas, e não se espera do Papa “a palavra definitiva sobre todas as questões que afetam a Igreja e o mundo”.

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