Bolsa Família distribuiu renda, mas não reduziu abismo social

A política social inaugurada com o Bolsa Família garantiu que brasileiros há gerações à margem do mercado de consumo adquirissem a primeira televisão, a primeira geladeira. Ela falhou, contudo, em promover o acesso universal a direitos básicos previstos na Constituição – educação, saúde, saneamento – e em equalizar oportunidades, que ainda são muito menores para as famílias mais pobres.

Com o sucateamento dos serviços públicos, ressalta a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Lena Lavinas, cresce o “abismo social” que divide as classes populares e médias – os padrões quase opostos de qualidade de vida que separam quem tem dinheiro para pagar por serviços que deveriam ser prestados pelo Estado de quem não tem.

Pesquisadora do impacto de políticas públicas e sociais, a economista discute esses temas no recém-lançado The Takeover of Social Policy by Financialization – The Brazilian Paradox (A Tomada da Política Social pela Financeirização – o Paradoxo Brasileiro, em tradução livre). Publicada nos Estados Unidos pela editora Palgrave Macmillan, a obra chega ao Brasil em 2018 pela editora Todavia.

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