No fim do ano passado, Ciro Gomes (PDT) deu ênfase às palavras para dizer que não seria incoerente em suas alianças. “Não confraternizo com golpista”, declarou. Sete meses depois, jantou com Rodrigo Maia(DEM) e caciques de PP, Solidariedade e PRB —personagens centrais do impeachment.
A atitude camaleônica dos presidenciáveis é a prova de que os vícios do jogo político são, na verdade, regras oficiais. Com naturalidade, os principais concorrentes mostraram sua disposição em encarar a lógica das conveniências eleitorais.
Ciro afirmava que as coalizões presidencialistas eram arranjos com “expectativa de roubalheira”. Em tom quase lamurioso, agora diz que precisa “aceitar este balé”.