Dilema do comitê de Bolsonaro: Que tom adotar?

A política, como numa partitura musical, muitas vezes o trecho mais relevante do discurso é a pausa. Esfaqueado num ato de campanha, Jair Bolsonaro foi submetido à possibilidade de refletir. Preferiu conservar aberta a trincheira das redes sociais.

E delegou a três pessoas a tarefa de manter a campanha acesa fora do ambiente hospilar: o general Hamilton Mourão, candidato a vice; e os filhos Flavio e Eduardo. O desafio da campanha do capitão é calibrar o tom do discurso.

Bolsonaro e seus operadores políticos podem continuar utilizando palavras como armas carregadas. Ou podem começar a medir as palavras. Com a língua em riste, tendem a abreviar a trégua concedida pelos adversários. Moderando o linguajar, potencializariam os efeitos sedativos que a comoção provoca nos nichos do eleitorado que cultivam uma aversão ao extremismo.

Nos dias que antecederam a facada, Bolsonaro foi pendurado nas manchetes com frases que realçaram seu estilo belicoso. Interpelou um repórter: “Você pintou unha quando criança?” Fustigou adversários: “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre.” Alvejou PSDB e PT: “Vamos varrer a cúpula desses partidos para a lata de lixo da história.” Destilou veneno ideológico: “Vamos dar um pé no traseiro do comunismo”.

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