A nota que ora apresentamos versa sobre a postagem machista do vereador eleito e pastor Erinaldo Lino em relação as mulheres, usando sermão do Papa Francisco que orientava os homens a ouvirem mais as mulheres, no que ele respondeu: “É porque ele não tem uma”.
Tal postagem retrata o machismo, preconceito e falta de respeito do mesmo para com as mulheres e demais minorias, não sendo um ato isolado, mas que sempre se repete nas suas pregações e em ato na câmara municipal no ano de 2015 em favor da retirada dos termos de gênero e orientação sexual do PME de Caicó.
Entende-se que esta atitude, além de machista, misógina, intolerante e preconceituosa, é um retrocesso, pois vai contra a das mulheres, dos movimentos feministas e demais movimentos sociais, em busca da igualdade de gênero, não sendo um comportamento aceitável para um representante do povo, visto que o estado é laico e que se deve pensar em toda a população, que é em sua maioria composta por mulheres, além do que, discursos religiosos ou falas em tom de brincadeira, não devem servir para reproduzir, de forma mascarada, machismo e intolerância.
A luta feminista é uma luta política, o machismo e a desigualdade social andam lado a lado, diante disso precisamos ir de encontro a qualquer ato que represente a cultura machista, homofóbica e sexista, no sentido de combater posturas autoritárias, mesmo que ditas em tom de brincadeira. Atitudes como essa só mostram a necessidade das discussões sobre as questões de gênero e diversidade no sentido de promoção e reconhecimento da igualdade de gênero.
Portanto, é preciso repensar sobre as pessoas que são eleitas enquanto representantes democráticos do povo, que antes mesmo de estarem no poder já demonstram opiniões extremamente excludentes, é preciso também entender que nosso papel enquanto cidadãos e cidadãs não termina quando se passa o período eleitoral, é preciso estarmos vigilantes para com as atitudes dos eleitos e lutarmos contra aquelas que não devem nos representar na luta por uma sociedade mais democrática e igualitária. Devemos repudiar qualquer atitude e declaração machista que exclui e agride (moral e fisicamente) sujeitos de direito em exercício pleno de suas liberdades de ser e existir.