O triste fim da comunicação pública

Nos tempos estranhos em que vivemos, usar palavras como “público”, “republicano”, “cidadania” está fora de moda. Se dependesse de alguns, sobretudo nos mais altos escalões da administração, seriam abolidas do léxico porque, nos dias de hoje, parecem não servir para nada. São peças de um ferro-velho abandonado, sem uso depois do desmantelamento de iniciativas e programas considerados inúteis – ou pouco úteis – pelo atual governo. Como, por exemplo, quase todas as ações relacionadas a direitos humanos, direitos da mulher, minorias…

A próxima vítima é a comunicação pública – que já não andava bem das pernas há tempos. Mudança discutida esta semana pelo conselho de administração da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) pretende substituir, em seu plano estratégico, a missão de difundir notícias de “interesse público” por “notícias de Estado” em suas emissoras, como a TV Brasil, e na Agência Brasil. Evidentemente, um eufemismo para noticiário governamental. Uma regressão da EBC à antiga Radiobrás.

Não há como ser contra a divulgação de atividades governamentais, da forma mais completa e eficiente possível. É dever dos governos levar ao público, com transparência, notícias sobre suas ações e programas em produções para TV, rádio, Internet e impressos – assim como fazem outras instituições do Legislativo, do Judiciário e das administrações estaduais.

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