Na miudeza do débil e raso debate sobre paternidades das obras da Transposição, a postura do senador Cássio Cunha Lima não tem colaborado para alimentar essa discussão por baixo, como cheguei a sugerir nesta Coluna, ao comentar o tema. Devo reconhecer, por senso de justiça.
Fustigado por petistas, setores do Governo e pelo próprio governador Ricardo Coutinho, o tucano vem se esforçando para evitar a ignóbil queda de braço, lembra que “obra pública não tem dono” e reconhece até os méritos de Lula e Dilma, seus adversários, tal qual os seus críticos.
As lembranças a Lula e Dilma, porém, são uma faca de dois gumes para governistas empenhados em diminuir a contribuição do Governo Temer, que vai inaugurar a Transposição na Paraíba, e a participação de aliados, feito Cássio, na decisão política de reabilitá-la da paralisia e inaugurá-la num cronograma de dez meses.
Portanto, quem aplaude, merecidamente, com entusiasmo os relevantes serviços de Lula e Dilma na Transposição, fica política e moralmente comprometido a reconhecer o papel de governos estaduais anteriores nas ações festejadas como símbolos de trabalho da atual gestão.
Na Paraíba, pau que serve para chicotear o Velho Chico tem que ser o mesmo para Francisco… E Cássio.
Por Heron Cedi