Robinson Faria: Minha candidatura a vice de Rosalba Ciarlini é irreversível

O deputado estadual Robinson Faria, presidente da Assembleia Legislativa e do PMN, anuncia oficialmente que será o candidato a vice-governador na chapa da senadora Rosalba Ciarlini (DEM). Nesta entrevista exclusiva a TRIBUNA DO NORTE, o presidente da Assembleia Legislativa confirma o rompimento com a governadora Wilma de Faria e afirma que a alternativa de ser vice na chapa da oposição não é uma vingança contra a chefe do Executivo, mas uma interpretação do “sentimento das bases”. “Estou tomando uma decisão por convicção, não é por vingança. Eu sou um político que tenho percepção e tradição de ouvir o sentimento das pessoas”, destaca.

Minha candidatura a vice de Rosalba Ciarlini é irreversível’

Durante uma hora, ele falou do projeto de ser candidato a governador, das decepções com a governadora e fez algumas revelações sobre fatos políticos. O deputado do PMN afirmou que a então candidata à reeleição Wilma de Faria, em 2006, colocou resistência ao nome de Iberê Ferreira para ser vice na chapa.

“Ela (Wilma de Faria) não queria Iberê. Lembro-me que quando sugeri Iberê ela resistiu. Iberê estava desmotivado para ser candidato a deputado federal, portanto, não foi demonstração de heroísmo ele aceitar o convite”, disse o deputado do PMN.

Sobre o deputado federal João Maia, presidente estadual do PR e hoje aliado de Iberê Ferreira, Robinson Faria afirmou que ele era o principal incentivador para romper com o governo Wilma, a quem considerava “muito desgastado”.

“Ele (João Maia) dizia que não queria ficar no governo, que esse era um governo desgastado, que não tinha nenhuma simpatia pelo projeto do candidato apoiado por Wilma”, disse o deputado. Robinson Faria evitou usar o termo traição ao avaliar o fato da governadora ter alimentado o projeto político dele e depois declarado apoio a Iberê Ferreira, mas disse que se considera “injustiçado” e deixa o julgamento para a opinião pública. Ele ressaltou que não se sente “devedor desse governo”. Para Robinson Faria, sua posição é de “credor” da atual administração. Sobre os cargos que indicou para a gestão estadual, o líder do PMN destacou: “Esses cargos sempre foram dela”. “Para demitir Jáder Torres (ex-diretor do DER) ela (a governadora) não combinou comigo. Ele foi demitido por uma mensagem de telefone. Se ela não combinou para demitir Jáder também não precisa combinar para demitir os demais”, frisou.

A seguir os principais trechos da entrevista concedida por Robinson Faria a TRIBUNA DO NORTE.

O senhor é candidato a vice-governador na chapa da senadora Rosalba Ciarlini?

Eu recebi o convite há vários meses do senador José Agripino Maia e, posteriormente, do casal, Rosalba e Carlos Augusto Rosado, testemunhado pelos deputados estaduais do DEM, que estavam presentes na conversa, e pelo deputado Raimundo Fernandes (PMN). Na época, eu ainda era pré-candidato a governador. Foi quando houve o episódio do nascimento dos meus filhos precoces (que ficaram internados por dois meses) e parei toda minha vida política de pré-candidato. Não dei resposta a esse convite. Disse. à senadora, que continuava candidato e iria pensar no assunto. Durante dois meses que fiquei no hospital com meus filhos, eles (senadora Rosalba Ciarlini e o senador José Agripino) me visitaram e perguntaram se eu já tinha resposta. Disse novamente que ainda não havia decidido. Quando retornei à minha vida normal (com a alta hospitalar dos filhos gêmeos) eu procurei o deputado federal João Maia, que tinha um acordo comigo de formar aliança para lançar um candidato, que poderia ser eu ou ele. Seria quem estivesse melhor nas pesquisas. Essa seria uma candidatura que se lançaria como via independente. Foi João Maia quem tinha me feito esse convite. Eu nunca cobrei dele para me apoiar. Era ele (João Maia) quem me incentivava à formação dessa aliança. Inclusive, algumas horas antes  de um jantar em Brasília, da Unidade Potiguar com Wilma de Faria e Iberê Ferreira, João Maia me procurou no gabinete de Fábio (Fábio Faria, deputado federal), querendo já comunicar no jantar que ele iria me apoiar para governador. Eu disse: “Vamos ter calma, pensar um pouco mais, ouvir nossas bases”. Fui eu quem pediu calma a João Maia. E naquele momento (após os dois meses com os gêmeos internados no hospital), eu fui a ele (João Maia) e perguntei se estava de pé (a candidatura). Ele confirmou que estava de pé, mas vazou e o governo passou a procurar João Maia com uma série de cafés da manhã, almoços e jantares em Brasília. E João Maia refluiu de topar uma parada de via independente. Veja que João Maia era quem mais me incentivava a romper com o governo. Eu segurava João Maia. Ele (João Maia) dizia que não queria ficar no governo, que esse era um governo desgastado, que não tinha nenhuma simpatia pelo projeto do candidato apoiado por Wilma. Eu dizia para termos calma, porque poderia mudar. E isso (de João Maia começar a aproximação de Iberê Ferreira) me causou estranheza. João Maia, que nunca simpatizou com a dobradinha Wilma e Iberê, de repente se entendeu com eles. Não quero julgar as razões que o levaram a tomar essa decisão, mas me causou estranheza. Não posso ser líder para pensar só em mim. Não foi medo, não foi receio, não foi insegurança que me impediram de continuar candidato. Só que tenho que ter responsabilidade, tenho um grupo de deputados que precisam renovar o mandato. E outros (candidatos) que sonham em se eleger deputado ao meu lado. Em um voo solitário (para o governo), eu poderia prejudicar esses deputados. E aí pensei no coletivo. Não sou candidato de mim, sou candidato de um grupo, que tinha comigo um projeto político. Na parte do capital político, comprovei leveza, liderei a pesquisa o tempo inteiro entre os quatro nomes da base do governo. Mas, infelizmente, não consegui agregar apoio. Micarla não topou me apoiar, o PMDB não topou me apoiar e João Maia por último não aceitou. O que me restou foi reavaliar qual seria a melhor opção para mim.

Sua candidatura hoje a vice-governador de Rosalba Ciarlini é irreversível?

É irreversível. Minha candidatura a vice de Rosalba é irreversível. Digo isso com tranquilidade, porque não lutei para ser vice-governador. Trabalhei para ser governador, mas o destino não quis que eu fosse candidato a governador. Fui subestimado, desacreditado no meu sistema, minha lealdade não foi colocada na mesa da governadora. Wilma não foi uma líder. Líder é quem tem posição de isenção e não escolhe candidato por conveniência privada. Faltou ela ser uma magistrada. Ela perdeu a essência de líder quando foi pequena ao colocar um candidato debaixo do braço e mostrar sua força contra três colaboradores que foram fundamentais para ela ser governadora do Estado. Vou ser vice porque fui expulso (da base da governadora). Poderia barganhar mil coisas, não estou fazendo isso. Estou tomando uma decisão por convicção, não é por vingança, é por convicção. Eu sou um político que tem percepção e tradição de ouvir o sentimento das pessoas. O sentimento do meu povo, que me deu seis mandatos, todo é favorável a eu ter entendimento com a senadora Rosalba Ciarlini.

O senhor já fechou a chapa para o Senado?

Não sou cobra de duas cabeças. Sou contra esse tipo de comportamento. Se estou no palanque, estou na plenitude. Votarei e recomendarei votar na chapa fechada: Rosalba, Robinson, Garibaldi e José Agripino. Sou contra a dubiedade. Se o governo não me quis e eu fui valorizado por esse grupo que entendeu que meu apoio é fundamental, estarei apoiando a chapa total. Lógico que não sou dono de ninguém. Não sou dono das pessoas, mas minha recomendação é votar na chapa que eu faço parte. O Rio Grande do Norte tem que sepultar o político cobra de duas cabeças.

O blog pergunta: Esta seria a surpresa anunciada por Robinson Faria para este domingo?

11 respostas

  1. Tanto suspense para falar o que todo mundo já sabia, essa o Dep Robinson Faria poderia ter poupado os Norteriograndenses dessas falacias. Será que o Dep Robinson levará a totalidade dos Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores do PP para seu projeto pessoal de ser candidato a Vice-Governador??? Levará mesmo??? Ele não conhece nem 20% dos detentores de mandato pelo PP como é que vai levar o partido com ele. Política é coisa de profissionais em??? Iberê está comendo pelas beiradas feito papa para crianças não pense que a Senadora Rosalba e o Dep Robisnon já estão eleitos que a coisa pode mudar. Eles já se consideram eleitos e isso é muito ruim para a campanha deles. Pé no chão e humildade não faz mal a ninguem em Fabio Faria???

  2. Parabens Robson, pela decisao correta. Conte com o meu voto e de toda minha familia e os que eu puder conseguir para voces. Vou trabalhar para conseguir o maior numero de votos para voce e a Rosa. Garibaldi tambem tera meu voto.

  3. É preciso mostrar a oposição que Dilma vem aí e o bicho vai pegar.Tá crescendo nas pesquisas. É Lula, Iberê, Wilma, João Maia e o RN para todos.

  4. Parabéns Robinson!!! Voc~e tomou a decisão mais acertada. O desespero dos petistas e dos vilmistas agora é grande. Essa chapa é de fazer qualquer adversário se desesperar (Rosalba e Robinson – RORO)

  5. Eu admiro o puder de substimar a inteligencia do cidadao que os politicos tem.Sera que Robson Faria pensa que todo munto acreditar nesse lero de pensar no futuro do Estado.Se ROsalba estivesse em baixo nas pesquisas eu nao saia de perto de Wilma de jeito nenhum.Podia até ser o vice de Ibere.RObson Faria que nao te conbhece que te compre.Eu o conheceu desde o seu tempo no MDB.

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