Suponha-se que dê tudo certo na economia, segundo planos e critérios do governo Michel Temer. Ou não. O que pode ser da política, no mês que vem ou em 2018?
As ameaças do próprio PMDB de pular do barco dão o que pensar sobre o roteiro do destino até faz pouco tempo risonho e franco do presidente que “aprovava tudo” no Congresso. Um governo “semiparlamentarista”, que teria maioria firme porque loteara os ministérios na medida do tamanho dos partidos de sua coalizão, de resto uma aliança ideologicamente coesa, de conservadora a reacionária.
Suponha-se a hipótese “vai dar certo”.
Nesse prognóstico, aprovam-se a reforma da Previdência e, ora menos relevante, a trabalhista, que causam medo ou raiva em quase qualquer pessoa com quem se converse na rua. A economia cresceria um minguado mas inesperado 1% neste ano e gordos 4% no ano eleitoral de 2018, com inflação e juros declinantes. Não é chute. São as previsões dos economistas do Itaú, por exemplo.
Muito parlamentar do PMDB parece por ora indiferente a esse cenário. Do PMDB de Temer, da “Ponte para o Futuro”, e do “Avança, Brasil”, de Renan Calheiros, programas liberais que encheram a linguiça da coalizão que depôs Dilma Rousseff.