Robson Pires
29/04/2019
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A pergunta do ‘título’ deste texto não tem como ser respondida agora. Contando-se mais de um ano para a realização das eleições que escolherão o prefeito, vice e vereadores, ainda não é possível ter um ‘diagnóstico’ claro do que vem por aí, porém, isso não quer dizer que nos bastidores da política caicoense a dinâmica pré-eleitoral não esteja em total movimento. Partidos, candidatos a pré-candidatos e outros agentes da política local circulam pela cidade na busca de um desenho objetivo que lhes garantam um palanque, alianças e apoiadores e, o óbvio, votos, muitos votos para seus projetos e pretensões.
Para além dos grupos tradicionais da política local, setores do campo popular, das esquerdas e do centro saíram na frente e estão conversando pedagogicamente; neste campo, nomes surgem como alternativas possíveis para consolidar um palanque competitivo e uma ampla aliança popular, como o do advogado e ex-candidato nas eleições de 2016, João Braz de Araújo (PCdoB) que vem dialogando com outros também possíveis pré-candidatos como o empresário Diego Vale e Fernando Antônio Bezerra (Solidariedade), o vereador José Rangel (PDT) e Marcos José, (atual vice-prefeito-PP), todos focados na mesma preocupação, apresentar uma alternativa sólida e viável ao embaraço administrativo, econômico e social que o município apresenta hoje.
No campo tradicional, a família Costa que tem como principal mandatário, o deputado Vivaldo Costa (PSD), começa a exercitar suas primeiras ‘escaramuças’ pela repatriação do espaço político há 50 anos ocupado pelo Papa Jerimum. Ecos vindo deste berço familiar falam na reedição da candidatura do ex-prefeito Bibi Costa, contudo, condicionada a uma série de exigências do mesmo e outros irmãos que colocam o poder hegemônico de Vivaldo em questão e deixam o seu candidato natural, o médico Judas Tadeu, numa saia justa para garantir seu nome na disputa da cadeira de prefeito, considerando que, nesse imbróglio entre irmãos pelo espólio político do papa, Tadeu poderá ser preterido pelas vaidades dos que acham que poder político é uma questão de herança familiar. Disciplinado, humilde e obediente, Judas Tadeu fará o que Vivaldo determinar, cabe até aceitar ser vice ou vereador, num amplo acordo onde Bibi Costa é quem dará a palavra final.
Ainda transitam nessa órbita pré-eleitoral bastante indefinida, nomes que, mesmo com os desgastes sofridos nos últimos anos, preservam certa densidade eleitoral e são acompanhados por uma parcela significativa do eleitorado que, dependendo de onde estiverem, podem ajudar a decidir a eleição; é o caso do ex-prefeito Roberto Germano e seu grupo de apoiadores que provavelmente estarão deixando o MDB do vereador Lobão e Álvaro Dias (prefeito de Natal), nos próximos meses. Nessa compreensão, pesa significativamente, o endossamento de figuras como os deputados Nelter Queiroz (MDB) e João Maia (PR), lideranças com bom trânsito em Caicó e que influenciarão, decisivamente, nas escolhas do grupo germanista e do atual vice-prefeito, Marcos José.
Nos lances de apostas sobre quem estará com quem e como se consolidará o perfil de seus palanques em 2020, um nome não deverá ficar de fora desse processo e terá papel decisivo, trata-se da governadora Fátima Bezerra, (sempre muito bem votada em Caicó), e seu apoio será bastante disputado (principalmente se o seu governo estiver bem avaliado). É bom lembrar que Fátima Bezerra é do PT e o seu Partido é um segmento político importante no município, vem participando das conversas que no momento acontecem entre os grupos do campo das esquerdas e popular e também tem nomes para serem apresentados como pré-candidatos para as próximas eleições. Resta saber se no concretizar das convenções eleitorais em 2020, a governadora vai conseguir unificar aliados e agregados em uma grande aliança e contribuir para uma vitória coerente com os anseios do povo caicoense.
Obviamente, sem querer gerar expectativas para além dos fatos reais em análise até aqui, somente uma coisa tenho como certa, é a de que o futuro prefeito de Caicó não será mais Batata (PSDB); mas isso é assunto para as próximas reflexões!
Por Professor Antônio Neves – Professor e Cientista Político